terça-feira, 11 de setembro de 2018

O fruto da paciência

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O profeta Habacuc estava profundamente angustiado. Sua miséria foi provocada pelo espetáculo de ameaça, da nação pagã da Babilonia contra Judá. Para este profeta era impensável que Deus usara uma nação malvada contra seu próprio povo, depois de tudo Habacuque refletiu: Deus é demasiado santo para contemplar o mal”.: "Então o Senhor me respondeu: Escreva a visão e escreva-a em tábuas, para que aquele que a ler possa fugir. Porque ainda é visão para o tempo designado; Ele corre para o final e não irá decepcionar. Apesar de tardio, espere por isso; porque certamente virá, não será tarde. Assim é o orgulho: nele a sua alma não é reta, mas o justo viverá da sua fé "(Hab 2: 2-4).
As palavras finais desta declaração, “o justo viverá pela fé”, é citado três vezes no novo testamento com palavras similares, “o justo viverá pela fé”. Nesta frase, “a fé” se refere a “confiança em Deus”. Isto implica confiar nas futuras promessas de Deus e esperar seu cumprimento. A promessa a Habacuque  é somente uma das milhares dada por Deus nas Escrituras a seu povo. Tais promessas, caracteristicamente, vem com a advertência de que apesar de que demoram, devemos esperar por elas.
Esperar em Deus é o centro de viver pela fé. O fim da esperança cristã nunca é a pena ou a vergonha, porque temos uma esperança que é uma ancora segura para nossa alma. É esta esperança, na confiança das promessas de Deus, que é o fundamento da virtude da paciência do cristão.
Se nos diz que vivemos em uma cultura que está absorvida e pelo consumismo. Madilson Avenue* alimenta diariamente nossa gratificação instantânea, que não é somente uma fraqueza, é um vicio em nosso tempo. A epidemia de dívidas de cartão de créditos é um testemunho desta enfermidade. Queremos nossos luxos, nossos prazeres, e nossos refinamentos, e o queremos agora.  A virtude antiquada pela qual a mordomia do capitalismo teve seu ímpeto foi o princípio da "gratificação tardia". Um adiou o consumo imediato em favor de investir no crescimento futuro. Por este princípio, muitos prosperaram, mas não sem o necessário exercício da paciência. Para mim, viver mais um dia requer uma continuação da misericordiosa paciência de Deus pelo meu pecado.

Quando a Bíblia fala da paciência, sobretudo como um dos frutos do Espírito, e como uma das características do amor, fala dela como uma virtude que vai muito mais além da mera habilidade de esperar algum benefício futuro. Se trata mais do que o descanso ou a paz da alma que confia no tempo perfeito de Deus. A paciência que está mencionada aqui, se centra mais nas relações interpessoais com outras pessoas. É a paciência da longanimidade e a tolerância em meio a danos pessoais. Esta é a paciência mais difícil de todas. Quando somos feridos por outros, anelamos uma defesa, uma defesa que seja rápida. Tememos que o axiona “a justificativa retardada é a justiça negada” fará seus estragos na nossa almas. As parábola do juiz injusto fala de forma eloqüente sobre esta luta humana, quando nosso Senhor pergunta retoricamente: “ Não fará Deus justiça a seus eleitos, que clamam a Ele dia e noite? A parábola que nos chama a não desmaiar, termina com a inquietante pergunta: ‘ Quando vier o Filho do Homem, encontrará fé na terra?” A parábola une a paciência e a fé.

Se nos fixamos na tríade no Novo testamento – fé, esperança e amor – vemos que cada uma destas virtudes contém em seu interior o ingrediente necessário da paciência. Paulo nos disse em 1Corintios 13 que o amor é sofredor. Esta paciência imperturbável e tolerante deve ser o reflexo  nos cristãos do caráter de Deus. É parte do caráter de Deus ser lento para ira e rápido para misericórdia. Parte da incompreensão de Deus, no termino de minha própria relação com Ele é a seguinte: Não posso entender como um Deus santo tem sido capaz agüentar-me estragando Sua criação até ao ponto que tenho setenta e cinco anos. Para mim viver outro dia requer uma continuação da misericordiosa paciência de Deus com meu pecado. A simples pergunta é: como Ele pode suportar-me? O mistério é complicado quando acrescentamos à paciência de Deus não apenas sua paciência comigo, mas sua paciência com você, e com você, e com você - se multiplicou exponencialmente em todo o mundo. Torna-se ainda mais difícil entender quando vemos um ser sem pecado, ser mais paciente com os pecadores do que os seres pecaminosos uns com os outros.

A paciência de Deus é grande porém não infinita. Ele adverte que há um limite a Sua paciência, que Ele não estenderá. De fato ele tem estabelecido um dia no qual julgará ao mundo, e esse dia marcará o dia da reinvindicação pela paciência de seus santos.
Sem dúvida, uma paciência imperturbável é um dos exercícios mais difíceis que podemos alcançar. Está sujeita a prova todos os dias. Tais provas podem roubar nosso amor, nossa esperança e nossa fé. Esta erosão pode deixar-nos destruídos e amargos. Neste sentido, devemos atar-nos ao mastro e olhar aos vários testemunhos que a Escritura oferece ao povo de Deus, que sofreu tais provas e tribulações. Vemos a Jó, a clássica comparação de paciência, que clamou que gritou do monturo: "Mesmo que ele me mate, eu confio nele". A paciência de Jó era meramente uma tela externa da fé de Jó, a esperança de Jó e o amor de Jó.

Autor: R.C. Sproul 
Tradução: Kesley Siqueira

*        Trata-se de uma grande avenida supermovimentada de Nova York



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